A Oi! Edições Artesanais só existe graças a um japonês, baixinho, bem-humorado, que nem se quer sabe assoviar. Mas com sua inteligência, força de vontade e muita paciência, me levou para esse caminho editorial fantástico. Me ensinando todas essas coisas. E ainda me deu minha primeira impressora. =)
Além de todas essas coisas maravilhosas, ele ainda é um ótimo escritor.
Segue um poema lindo dele para fechar esse post e das boas vindas a todos vocês!
JOSÉ
E agora, José?
A eleição acabou,
a verdade chegou,
o povo acordou,
a urna provou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem vergonha,
que zomba dos outros,
você que só faz acusações,
e agora, José?
Está sem apoio das mulheres,
está sem discurso,
está sem caminho,
já não pode beber,
(Que a lei seca pegou).
já não pode fumar,
(Que você proibiu em todo lugar)
Nem os folhetos pagos
com a grana da Nota Fiscal Paulista,
nem o apoio de uma igreja velha e carcomida
impediram de ser derrubado
por uma bolinha de papel
em plena avenida.
o dia da verdade enfim veio,
o riso do povo se fez festa,
a utopia se fez verdade
e pra você, José, tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua falsa palavra,
seu instante de delírio,
sua febre de poder,
sua ambição desmedida,
sua busca perdida,
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Sem a chave na mão
quis derrubar a porta,
mas não existe porta
pra quem ama a liberdade;
quis privatizar as estrelas,
mas as estrelas são do povo;
agora quer ir para Minas,
Mas nem Aécio lhe quer mais.
José, e agora?
Se você pensasse,
se você amasse,
se você dançasse
um pouquinho só
um samba popular,
se você sorrisse,
se você abraçasse,
se você entendesse
um pouquinho só
esse povo que só quer paz…
Mas você não entende,
você é burro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
Com Kassab e FHC
em má companhia
para lhe ajudar a afundar,
qual um cavalo manco
que foge a galope,
você vai, José!
José, pra onde?
Não importa...
Já vai tarde!
(Eugenio Asano)